A hora de esticar o braço!

Havia um menino em cima de uma mangueira.
Não era apenas uma brincadeira: era uma vigília.

De galho em galho, ele subia até onde o corpo e a coragem alcançavam.
Lá em cima, o prêmio: uma pipa perdida, presa no galho mais inacessível.

O menino sabia que a força bruta não bastava.
O esforço sozinho não era suficiente. Era preciso esperar.

Então ele aprendeu, sem ninguém lhe ensinar, que algumas coisas na vida só se alcançam quando o vento certo sopra.

E ali ficou, olhos atentos, mãos firmes no tronco quente da tarde, esperando o sopro levar a pipa para mais perto dos seus dedos.

Não um vento qualquer. O vento exato.
Aquele que vem quando se tem paciência suficiente para não desistir.

Naquela espera silenciosa, o menino aprendeu o que muitos adultos nunca entenderiam: que há momentos em que a vida pede força, mas há outros em que ela exige espera e escuta.

Hoje, esse menino vive dentro de um homem que ainda carrega a sabedoria da mangueira.
Um homem que sabe: não é sempre que o que desejamos está ao alcance da mão — mas, quando o vento certo sopra, quem esperou com fé saberá exatamente quando esticar o braço.

Prof Luciano Mannarino

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