Ondas
Ontem eu fui a um velório de um parente.
Não, não morreu de covid!!!
Bom, detesto velório embora seja um evento em que você possa rever parentes e amigos.
Depois das condolências e cumprimentos formais me retirei para pensar sobre a vida, sempre faço isso nesses momentos, até que fui abordado por uma mulher que anunciou que a cerimônia budista iria começar.
Conheço um pouco do budismo, sei que se trata de uma forma diferente de perceber o que somos e o que fazemos por aqui.
Resolvi me aproximar.
Foram vários cânticos em tibetano seguidos de toques numa bacia dourada!
Uma outra senhora teve o cuidado de dizer para os leigos o que estava acontecendo.
Ela falou que eles estavam pedindo para que o espírito da pessoa que nos deixou pudesse voltar para perto da gente.
Seria bom para todos.
Até que um senhor tomou a palavra e com uma voz serena e pausada revelou que viver é como estar numa praia onde a todo momento somos assolados por ondas.
As ondas têm um começo, um apogeu e um fim.
Existem ondas individuais e coletivas e elas são de todos os tamanhos e intensidades.
Alguém poderia perguntar por que a praia não poderia ter sempre águas calmas?
Ele disse que isso teria sentido.
Pois as ondas, em toda sua plenitude, permitem os grandes ensinamentos sobre a vida e o que somos.
Prenda a respiração que a próxima é grande!!!
Luciano Mannarino é Professor de Geografia e finalmente percebeu que sempre viveu no Havaí!