Veja 40 anos de desmatamento no Brasil em gráficos e mapas

Gustavo Queirolo

Jéssica Maes

São Paulo
O Brasil mudou drasticamente nas últimas quatro décadas. Entre outros aspectos, o país deixou de ser uma ditadura militar e voltou à democracia. A população brasileira foi de 135 milhões para 212 milhões de habitantes. E o território nacional perdeu mais de 1 milhão de quilômetros quadrados de vegetação nativa.

É o que mostram os registros de mudanças de uso do solo de 1985 a 2024 do Mapbiomas. Nesta sexta-feira (5), em que é celebrado o Dia da Amazônia, um levantamento feito pela Folha usando a base de dados da plataforma mostra em gráficos e mapas o que essa transformação representou para os biomas brasileiros.

No total, foi destruído 1,17 milhão de km² de florestas, savanas e campos —área equivalente à soma dos territórios de França e Espanha ou dos estados de Goiás, Maranhão e Mato Grosso do Sul.

Somente o Rio de Janeiro ganhou áreas naturais nesse período, enquanto todos os outros 25 estados e o Distrito Federal tiveram redução destes espaços.

No Brasil, o desmatamento é a maior fonte de emissões de gases de efeito estufa, causadores da mudança climática.

Em termos absolutos, a maior vítima foi a amazônia, respondendo por quase metade do total de vegetação nativa perdida. A extensão da floresta caiu de 90% para 78% da área do bioma no período, enquanto a agropecuária foi de 3% para 15% do total.

As grandes lavouras e pastos passaram a ocupar o espaço que até então era coberto pela explosão de vida natural dos biomas brasileiros. No cerrado, por exemplo, que é a savana mais biodiversa do mundo, a agricultura e a pecuária, que tomavam 27% do bioma no início da série histórica, hoje respondem por 47% do território.

Com a perda de vegetação, o país também perdeu água. Nas últimas quatro décadas, foi reduzida em 12% a extensão de florestas úmidas, rios, campos alagados e mangues do país. No pantanal, os ciclos de inundação diminuíram, culminando na seca extrema de 2024.


Com a perda de vegetação, o país também perdeu água. Nas últimas quatro décadas, foi reduzida em 12% a extensão de florestas úmidas, rios, campos alagados e mangues do país. No pantanal, os ciclos de inundação diminuíram, culminando na seca extrema de 2024.

https://www1.folha.uol.com.br/ambiente/2025/09/veja-40-anos-de-desmatamento-no-brasil-em-graficos-e-mapas.shtml

Questões

O texto fala que o Brasil mudou política e ambientalmente nas últimas quatro décadas. De que forma você percebe essas mudanças refletidas no seu dia a dia ou no lugar onde vive?

Apenas o Rio de Janeiro ganhou áreas naturais no período analisado. Que hipóteses você levantaria para explicar esse caso específico, considerando aspectos históricos, sociais ou econômicos do estado?

A perda de cobertura na Amazônia foi de 12 pontos percentuais. Em sua opinião, qual é a consequência mais grave dessa transformação: climática, social ou econômica? Justifique.

O Cerrado perdeu quase metade de sua vegetação para a agropecuária. Se você fosse um(a) gestor(a) público(a) desse bioma, que decisão polêmica tomaria para equilibrar produção de alimentos e preservação?

O texto compara a área desmatada com a soma da França e Espanha. Você acha que esse tipo de comparação ajuda ou atrapalha a compreensão do problema pelos leitores? Por quê?

Houve redução de 12% das áreas de água no país. Como essa informação se conecta com a sua experiência pessoal de acesso à água (ex.: enchentes, secas, racionamentos)?

O Pantanal sofre com a diminuição dos ciclos de inundação. Na sua visão, esse problema é apenas ambiental ou também cultural? Explique com base em exemplos da relação entre população local e o bioma.

O texto aponta que o desmatamento é a principal fonte de gases de efeito estufa no Brasil. Você concorda que a responsabilidade é só do campo ambiental ou há outros setores da sociedade envolvidos? Argumente.

Imagine que você é repórter da Folha. Que outro dado ou comparação incluiria no texto para torná-lo ainda mais impactante para o leitor comum?

O levantamento foi divulgado no Dia da Amazônia. Você acha que datas comemorativas realmente têm efeito prático sobre a consciência ambiental das pessoas ou são apenas simbólicas? Explique sua posição.

Prof Luciano Mannarino


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