Mapa do Brasil do futuro e a representatividade política.

Cada Unidade Federativa envia três senadores para Brasília, independentemente do número de eleitores, pois o senador é considerado o representante da Unidade Federativa. No entanto, essa configuração tem gerado uma crise de representatividade política, o que pode explicar muitas das nossas mazelas.

Por exemplo, na eleição de 2014 para o Senado Federal, José Serra (PSDB), candidato por São Paulo, foi eleito com 11.104.179 votos, o que correspondeu a 58,49% dos votos válidos. Em contrapartida, Telmário Mota (PDT), candidato por Roraima, foi eleito com 96.888 votos, representando 41,24% dos votos válidos.

Embora os senadores eleitos possam ter orientações políticas diferentes, ambos defendem seus respectivos estados no Congresso Nacional com o mesmo peso político, independentemente de suas bases eleitorais tão desiguais.

Na prática, isso significa que um eleitor de Roraima é cem vezes mais representado do que um eleitor paulista no Senado Federal.

Continuando com a análise:

A região Norte possui cerca de 8% do total de eleitores do Brasil, mas conta com 21 senadores.
Por outro lado, o Sudeste, que abriga 60% dos eleitores, tem apenas 12 senadores.


Onde está a democracia nessa lógica?

Na prática, é a minoria de eleitores que exerce o controle do Senado Federal!

Vejo com preocupação a possível criação de novas Unidades Federativas em um futuro próximo, pois isso ampliaria ainda mais essa disparidade.

Por fim, vale destacar que o senador Renan Calheiros, presidente do Senado Federal à época da redação deste texto, representa Alagoas, o segundo estado mais pobre do Brasil, ficando atrás apenas do Maranhão, historicamente governado pelo clã dos Sarney.

Prof. Luciano Mannarino

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