Globalização – Vantagens Comparativas – Guerra Fiscal – Toyotismo – Fordismo – Período JK- Industrialização brasileira – Economia de Aglomeração – Deseconomia de Aglomeração – Mundo pós Guerra – Redemocratização do Brasil – Desemprego estrutural – Mercosul – Novas fontes de energia – Neoliberalismo – Rodoviarismo – Transnacionais.
Eduardo Sodré
O encerramento da fábrica da Ford em São Bernardo do Campo é um marco do esvaziamento no ABC. A região começou a despontar na década de 1950, quando foi criado o Geia (Grupo Executivo da Indústria Automobilística), no governo Juscelino Kubitschek (1956-1960). Até então, as empresas se limitavam a montar carros no país, não havia o conceito de indústria automotiva nacional. A General Motors já estava em São Caetano desde 1930.
A Willys-Overland chegou a São Bernardo no início da década de 1950 e, em 1967, foi adquirida pela Ford, Mercedes-Benz, Scania, Toyota e Volkswagen também se estabeleceram no ABC. Como a indústria automotiva tem uma cadeia extensa de fornecedores, criou-se um polo industrial. A região ficou nacionalmente conhecida em 1978, quando eclodiu a primeira greve dos metalúrgicos, sob o comando de Luiz Inácio Lula da Silva. As convenções trabalhistas melhoraram a remuneração e elevaram os custos de produção, mas o mercado fechado garantia projetos longevos com alta margem de lucro por carro vendido.
Outras regiões começaram a oferecer benefícios para atrair as montadoras. A Fiat já havia optado por Betim (MG) e começou a produzir em 1976, mas ainda era um caso isolado. Além de isenções e concessões de terrenos em outras cidades, a mão de obra mais cara no ABC passa a pesar na escolha de montadoras que planejavam produzir ou se expandir no Brasil.
Em uma nova onda de industrialização, na fim dos anos 1990, as empresas se espalham. A Renault vai para São José dos Pinhais (PR), cidade que também vira sede da fábrica conjunta de Volkswagen e Audi. O interior de São Paulo começou a se destacar. A Honda iniciou a produção de carros em Sumaré, enquanto a Toyota ergueu fábricas em Indaiatuba, Porto Feliz e Sorocaba, PSA Peugeot Citroën se instalou em Porto Real (RJ). A Ford concentrou parte de sua produção em Camaçari (BA) e a Chevrolet seguiu para Gravataí (RS). O grupo Caoa se dividiu entre Anápolis (GO) e, ao adquirir o controle da Chery, começou a produzir em Jacareí, também no interior de São Paulo.
Com as vendas em crescimento contínuo entre 2003 e 2012, o ABC não sentiu de imediato a debandada. Contudo, o período de recessão que veio em seguida esvaziou a região. Enquanto carros de maior valor agregado “migraram” para fábricas argentinas, modelos de grande volume deixaram de ser produzidos no ABC.
Hoje, os três carros mais vendidos do Brasil são o Chevrolet Onix, o Hyundai HB20 e o Ford Ka. São montados, respectivamente, em Gravataí, Piracicaba e Camaçari. Com o surgimento de novos polos industriais, o ABC deixa de ser relevante. A situação se agrava com os movimentos internacionais. As montadoras investem alto no desenvolvimento de carros eletrificados e fazem parcerias globais para redução de custos. Para conter os gastos, fábricas menos eficientes estão sendo fechadas mundo afora.
A indústria automotiva atual faz escolhas que não se prendem a países, muito menos a cidades. Tendem a priorizar regiões que ofereçam melhor escoamento da produção, rede forte de fornecedores e menor custo da mão de obra. Desde o surgimento de novos polos automotivos no Brasil, O ABC não monopoliza mais essas condições.
https://www1.folha.uol.com.br/mercado/2019/02/fechamento-de-fabrica-da-ford-marca-esvaziamento-do-abc.shtml
Questões
1) Cite “vantagens comparativas” que o Brasil tinha para atrair empreendimentos pós 2 Grande Guerra?
2) De que forma instalação de empreendimentos industriais no ABC paulista aprofundou o desequilíbrio regional brasileiro?
3) Por que a região do ABC paulista foi sendo preterida para receber empreendimentos industriais nas últimas décadas?
4) O apoio a entrada do capital externo da década de 50 se relacionou com os objetivos políticos do Governo J.K? Justifique.
5) De que forma a política rodoviarista impacta no atual custo Brasil?
6) Por que o Brasil assistiu uma nova onda de industrialização durante os anos 90?
7) Relacione “guerra fiscal” e “deseconomia de aglomeração”
8) Qual fato citado no texto pode ser visto como o surgimento de movimentos políticos que questionavam o governo?
Toyotismo é um sistema de organização voltado para a produção de mercadorias. Criado no Japão, após a Segunda Guerra Mundial, pelo engenheiro japonês Taiichi Ohno, o sistema foi aplicado na fábrica da Toyota.
Fordismo é um sistema de produção, criado pelo empresário norte-americano Henry Ford, cuja principal característica é a fabricação em massa. Henry Ford criou este sistema em 1914 para sua indústria de automóveis, projetando um sistema baseado numa linha de montagem.
Vantagens Comparativas – Relacionada ao comércio entre países diferentes, a Teoria das Vantagens Comparativas trata de um princípio que pretende explicar princípios comerciais e econômicos sobre o comércio internacional contemporâneo. Analisando razões de produtividade, custos absolutos de produção, acerto de demandas e fabricação de bens, a Teoria explica o comércio entre dois países, regiões ou pessoas, mostrando as vantagens e desvantagens desse processo no reflexo global
Guerra fiscal é a disputa, entre cidades e estados, para ver quem oferece melhores incentivos para que as empresas se instalem em seus territórios.
Economia de Aglomeração – uma etapa do processo de industrialização em que ocorre a concentração da instalação de empresas produtivas ou de atividades econômicas em uma determinada região do espaço geográfico.
Deseconomia de Aglomeração – a partir de um certo ponto, essas aglomerações passam a apresentar desvantagens que, do ponto de vista de diversas indústrias, superam as vantagens. Aumentam os custos dos imóveis, a força dos sindicatos gera elevação dos salários, o congestionamento de tráfego amplia os custos dos deslocamentos, as regulamentações municipais geram despesas maiores etc. Essas “deseconomias de aglomeração” ajudam a explicar a chamada ” fuga de indústrias” que ocorre em metrópoles de diversos lugares do mundo.
Desemprego Estrutural – ocorre quando o número de desempregados é superior ao número de colaboradores que o mercado quer contratar e esse excesso de oferta de trabalhadores não é temporário.
Neoliberalismo – é uma redefinição do liberalismo clássico, influenciado pelas teorias econômicas neoclássicas e é entendido como um produto do liberalismo econômico clássico.
Prof. Luciano Mannarino.
[…] Um texto e várias aulas de Geografia. (atividade) […]
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